O sentido da palavra "ler" no latim era lego, legis, legere. Os latinos faziam mais: usavam "interpretare" para ler. Seu significado era profundo: ler de forma transcendente, sair de um plano para outro.
A criança, ao realizar a leitura de textos literários busca aventurar-se no enigma do que está escrito. É o adulto, com seus valores, que escreve o texto literário infantil.
Segundo Mauad (1999) no Brasil era prevalecida a literatura moralista, própria do século 19, formando o caráter, a moral, sendo modelada em exemplos de virtude e amor das crianças e adolescentes. Porém, "a literatura infantil brasileira desenvolveu-se, segundo Riche (1999, p. 130), 'na virada da modernidade para a pós-modernidade e vai refletir esteticamente esse sistema social complexo vivendo entre o pré-capitalismo de algumas regiões [...] e as grandes cidades'" (CALDIN, 2003, p. 4).
Todos sabemos que é na infância que se adquire o gosto pela leitura. Além disso, a literatura para crianças tem função formadora. É de pequena que a criança forma seus comportamentos e opiniões perante a sociedade. Atualmente, a literatura infantil apresenta os problemas da realidade - sociais, políticos e econômicos - de forma sutil, trazendo sempre o questionamento e a reflexão que são provenientes à leitura.
O bibliotecário de bibliotecas escolares, infantis e até públicas deveriam ler todo o acervo infantil, para que pudesse incentivar melhor a leitura em crianças. Em primeiro lugar, o bibliotecário deve gostar de ler, pois sem o gostar, ele dificilmente será influência positiva à criança. É importante também lembrar que "a leitura não é mera decodificação, mas, acima de tudo, interpretação, e, segundo o pensamento moderno, a criação de um novo texto, deve sobretudo, viabilizar atividades que instiguem a escritura e o registro do discurso infantil, seja em forma de prosa, seja em forma de poesia. Para tanto, pode organizar exposições e concursos literários, fomentando o gosto pela leitura e pela escrita" (CALDIN, 2003, p. 9).
O artigo é bem completo e traz também mais informações sobre a diferença da influência que o governo oferece para crianças burguesas e crianças filhas de proletários, e a integração da literatura em suas vidas. Foca-se bastante a biblioteca escolar e o papel do bibliotecário.
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