Um de meus primeiros posts foi sobre mim, que não daria uma boa escritora, pois tenho pavor de ser elogiada e paparicada. Deixando a modéstia de lado, não me considero tão má em minha escrita. Tirando possíveis - e vários, ok - erros gramaticais, tento não ser cansativa e monótona. Leio geralmente literatura. Crônicas, contos, poesias e romances. Mas gosto de escrever crônicas. Pra mim é mais fácil. E até divertido. Misturar um pouco a fantasia à minha realidade é coisa que quase sempre faço. Afinal, não sou uma cronista profissional e muito menos realista. Ironia é outra coisa que me deixa bem à vontade. Remeter fatos ao meu restrito texto também me agrada.
Em um evento de literatura em que Zeca Baleiro era o entrevistado, ele soltou que poderia ser qualquer coisa, menos modesto. Que não era desses que quando recebe um elogio fica encabulado e responde que 'não, imagina, bondade sua'. Eu ri e achei um tanto assustador. Afinal, todos os escritores (profissionais e leigos) têm um pouco da vaidade de Zeca. Todos querem ter uma crítica sincera. Se for elogio, fica ainda melhor. Dá ânimo. Não dá a impressão de que estamos escrevendo um diário secreto, do qual ninguém tem acesso e por isso ninguém dá uma opinião.
Fuçando o Facebook, constatei feliz que não estou sozinha em minha utopia. Há uma frase da página Diário informal de um suposto escritor: "Ainda não concluiu o livro, mas já sabe todas as respostas para todas as possíveis perguntas do Jô Soares". Ufa! Não sonho tão alto, já que me imagino respondendo a pequenas entrevistas de blogs de literatura. Jô é um sonho bem alto. E até prefiro ser provocada por Abujamra, e responder às duas tradicionais perguntas: "pra você, quem estragou mais nosso mundo: a política, os bancos ou a religião?" e "O que é a vida?". Ainda estou estudando as respostas, mas sei que não darei uma resposta tão objetiva quanto a do Rafael Cortez. E de frente para o Abujamra, talvez o mais verdadeiro seria meu abraço.
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